sábado, 25 de dezembro de 2010

Budapeste - 13º, 14º 15º e 16º Dias

10 horas depois de partir de Veneza, chegamos a Budapeste acabados de tanto sono. Não conseguimos dormir bem, pois o espaço entre as cadeiras do ônibus eram tão largas quanto às do avião Brasília-Lisboa. A estrada era um verdadeiro tapete, frutos de uma via com pedágios. O deslocamento até o albergue foi tranquilo, apesar de não entendermos bulhufas do que estava escrito nos lugares. Ao sair do metrô na estação Deak Ter, solicitamos ajuda a uma moça bastante solícita e que falava um ótimo inglês, donde depreendemos erroneamente que ela não fosse húngara. Alguns minutos de caminhada com nossas mochilas “levinhas” e encontramos o albergue. O prédio era um tanto esquisito por dentro, mas o local e o serviço fizeram nos sentir em casa. Como eram ainda cerca de 7h da manhã, fomos tirar o atraso do sono.
A tarde saímos sem rumo, resolvemos andar próximo ao rio Danúbio (Duna, em húngaro). O frio era ainda mais intenso, a verdadeira sensação de estar numa geladeira (futuramente iríamos notar o quão errados nós estávamos). Após encontrar algumas estátuas e monumentos, com certeza o que mais nos chamou a atenção foi o parlamento. Um prédio gigantesco que diz-se ter apenas 10% de sua área realmente utilizada pelos parlamentares (lembra o Brasil, visto que quase nunca trabalham hehehe). Passamos o dia contemplando prédios antigos e a noite fomos comprar nossas passagens para Bratislava (o que gerou algumas complicações mais adiante, conforme você pode ler abaixo). A comida deste e dos próximos 3 dias na cidade manteve-se principalmente em lanches rápidos. À noite conhecemos uma brasileira que estava de visita rápida pela cidade e à qual nos juntamos para realizar as andanças do dia seguinte.
O destino do segundo dia foi a área de Buda (Budapeste é a junção das antigas cidades Buda e Peste), onde estão localizados a Igreja de Mátyás, que está cercada por muros que parecem um forte, com grandes escadarias voltadas para Peste; a igreja de Szent Anna e o Hagyományok Háza (Casa das tradições). Nos dirigimos em seguida ao Budai Vár (Castelo de Buda), que na verdade é um palácio e não um castelo, ao Museu de História de Budapeste e à Galeria Nacional Húngara. Depois tentamos encontrar uns tais labirintos que haviam por ali, depois de muita andança os encontramos. Visitamos o lugar que é bastante escuro e com algumas esculturas que parecem antigas, assim como alguns desenhos que parecem pré-históricos. No entanto, no final do labirinto existe um tipo de protesto contra o consumismo que nos deixou totalmente em dúvida em relação à veracidade dessas obras, assim como avacalhou o passeio como um todo. Por fim, seguimos para as termas de Gellért, que pareciam bastante esplendorosas nas fotos da internet, mas que acabaram nos desanimando um pouco. Ao sair dos banhos quentes (que são uma beleza quando se pensa que fora estava -8ºC), tentamos sem sucesso conseguir comprar tickets para o trem de rua, a maquininha não pegava as moedas e consequentemente não nos dava os tickets. Por via das dúvidas, resolvemos voltar a pé mesmo, ao invés de arriscar-nos a ganhar uma bela multa por andar sem tickets. Às 20:20 encontramos a nossa colega húngara, Laura (que havia nos dado informações no primeiro dia), seu namorado e nossa colega Juliana (a brasileira) para ir a um bar. A escolha não poderia ter sido melhor, conforme indicação dos nossos colegas nativos, fomos a um bar de karaokê! Ouvir músicas famosas como Zombie dos Cranberries e outras nativas, mas o mais hilário com certeza foi ouvir Coco Jambo cantado por um húngaro! O Wendell também acabou cantando no karaokê com a música Paranoid do Black Sabbath.
No terceiro dia iniciamos o dia com uma visita ao Terror Haza (Museu do Terror), um museu voltado para os períodos de ocupação nazista e comunista na Hungria. Há diversos vídeos, artigos preservados e tudo o mais que se possa imaginar, incluindo até a presença de um tanque de guerra à demonstração. Depois de um bom tempo de visitação, seguimos para a Heroes Square. Uma praça com diversas estátuas e alguns museus que a cercam e dão acesso a um parque. Nele encontramos um castelo (Vajdahunyad Castle) muito inusitado. Ele é composto por várias “partes” de castelos diferentes, formando um grande amálgama de castelos numa única construção. Com um frio intenso e o parque totalmente congelado (às exceção das termas que dali podiam ser vistas) andamos mais um pouco até encontrar as termas de Széchenyi, passamos apenas em frente guardando a visita para o dia posterior. Por fim pegamos o metrô até a opera, um prédio muito belo, mas não tão interessante quanto o castelo.
Quarto e último dia, andamos por algumas praças (congeladas para variar) e visitamos um mercado de natal, onde provamos o mulled wine, uma bebida quente parecida mais com um chá com laranja, esquentou mais pela vontade de acabar rápido do que pelo gosto. Passamos por uma rua com várias lojas bastante movimentadas e chegamos à basílica de Szént Istvan. Lá conseguimos presenciar um casamento, um contraste imenso entre a estrutura do casamento deles e dos realizados no Brasil para um ambiente tão grandioso como a basílica. Até nos darmos conta que era um casamento, a aparência era muito mais de uma missa comum, visto que os noivos não trajavam vestimentas elegantes. E no quarto dia, Wendell e Marcela descansaram. Indo para as termas de Széchenyi, antes de entrar nas tão sonhadas piscinas cobertas, ouvimos a bela notícia que deveríamos passar pela neve, repito NEVE, nevando, muito frio, apenas vestidos com nossas roupas de banho. Ainda meio incrédulos, fomos para o desafio. Imaginem o frio! Passamos correndo por cerca de 300 metros no frio e chegamos a um lugar quente e agradável com várias piscinas. Ficamos de molho por várias horas quicando de piscina em piscina (são cerca de 10 diferentes) e depois resolvemos encarar as piscinas externas, ou seja, descobertas. A água era tão quentinha que saía fumaça ao entrar em contato com o ar frio. A sensação era realmente incrível, sentir os flocos de neve caindo sobre nossas cabeças e não estar com frio. E essa experiência encerrou nossa presença em Budapeste.
Ahhh ainda nos resta dois comentários: sobre o restaurante Marzano, na via Andrassy onde jantamos na última noite. A pizza é uma porcaria de murrinhagem sem limites, se desejar comer massa sem recheio vá em frente, senão fuja!; e sobre o albergue Unity Hostel, onde o tratamento foi muito acolhedor por todos os atendentes. Nos sentimos realmente em casa.
Avaliação de Budapeste
Arquitetura: 4
Comida: 1 (cada prato mais esquisito que o outro)
População: 4
Organização: 3
Segurança: 3
Natureza: 4
Custos: 3 (os valores altos da moeda criam confusão mental na hora da conversão)
Budapeste numa frase: Cidade das termas.

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